segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Movimentos das Artes e Ofícios e Art Nouveau

Arts & Crafts (do inglês artes e ofícios, embora seja mais comum manter a expressão original) foi um movimento estético surgido na Inglaterra, na segunda metade do século XIX. Defendia o artesanato criativo como alternativa à mecanização e à produção em massa e pregava o fim da distinção entre o artesão e o artista. Fez frente aos avanços da indústria e pretendia imprimir em móveis e objetos o traço do artesão-artista, que mais tarde seria conhecido como designer. Foi influenciado pelas idéias do romântico John Ruskin e liderado pelo socialista e medievalista William Morris.

Estampa feita para tecido, desenho de William Morris (1834-1896)

Art Nouveau: uma soma de tendências

Na última década do século XIXI, surgiu um novo movimento artístico que reuniu as mais diversas tendências: as idéias da industrialização, do Movimento das Artes e Ofícios, da arte oriental, das artes decorativas e das iluminuras medievais.
A produção do Art Nouveau - nome pelo qual esse movimento acabou ficando conhecido – envolveu principalmente os objetos ornamentais e a arquitetura.

As artes aplicadas

Falar em arte aplicada significa pensar em modalidades da produção artística que se orientam para o mundo cotidiano, pela criação de objetos, de peças e/ou construções úteis ao homem em sua vida diária. O estilo da art nouveau recebeu várias contribuições. Entre eles estão os trabalhos dos ingleses Chistopher Dresser, Walter Crane, Kate Greenaway e Charles Mackintosh.
Walter Crane (1845-1915) e Kate Greenaway (1846-1901) trabalharam juntos na ilustração de livros infantis. Crane ilustrou, por exemplo, A Bela e a Fera, mas desenhou também motivos para tecidos, tapetes, azulejos, vitrais, cerâmica e papel de parede. Já Greenaway ilustrou cartões comemorativos de datas festivas, que se tornaram muito famosos, como os tradicionais cartões de Natal.

Ilustração de Walter Crane (1845-1915), para o Livro A bela e a Fera.


Linguagem das flores, ilustrado por Kate Greenaway,(1884)

Artes decorativas e Secessão em Viena

No final do século XIX, em Viena, um grupo de artistas descontentes com a arte austríaca produzida na época, considerada por eles como pouco expressiva, reuniu-se em um movimento que denominaram Secessão, exatamente para marcar sua separação das manifestações artísticas existentes.
Em geral, a Secessão propunha formular critérios mais elevados para a produção e apreciação da arte moderna. Essas idéias fundamentaram a iniciativa de constantes exposições que passaram a ter um espaço próprio, o Pavilhão de exposições da Secessão de Viena, projetado pelo arquiteto Joseph Maria Olbrich e construído entre 1897 e 1898.


Pavilhão de exposições da Secessão de Viena, projetado pelo arquiteto Joseph Maria Olbrich.

As exposições tornaram-se famosas porque não se limitavam a mostrar as obras de cada artista separadamente, mas procuravam apresentar uma unidade das obras de arte com uma mesma proposta estética. Assim, a arquitetura, os elementos decorativos das salas, a escultura e a pintura deveriam formar um todo, mas não um todo em que as individualidades deveriam dialogar com a proposta da exposição.

Entre os artistas da Secessão de Viena o nome mais conhecido é, sem dúvida, o de Gustav Klimt, que participou da exposição de 1902 como autor do famoso Friso de Bethoven, que ornamentou um dos salões da mostra. Entretanto, O beijo, é a obra de Klimt que mais difundiu a sua arte e mais foi reproduzida em todo o mundo.


O beijo (1907-1908), de Gustav Klimt.

Art Nouveau na arquitetura

O art nouveau surgiu como uma tendência arquitetônica inovadora do fim do século XIX: um estilo floreado, em que se destacam as formas orgânicas inspiradas em folhagens, flores, cisnes, labaredas e outros elementos.
Os edifícios apresentam linhas curvas, delicadas, irregulares e assimétricas. Mosaicos e mistura de materiais caracterizam muitas obras arquitetônicas, como as de Antoni Gaudí, expoente do movimento na Espanha. Com cacos de vidro e ladrilhos, ele decora construções como o Parque Güell e a Casa Milá, em Barcelona. A Catedral da Sagrada Família é outra obra sua de destaque.


Vista externa e frontal da Casa Milá (1905-1910), de Gaudi, em Barcelona.


Foto esterna da igreja da Sagrada Família (1882-1926), de Gaudí, em Bracelona.

Art Noveau: a unidade das artes

A principal conquista do Art Nouveau, foi promover uma verdadeira unidade das artes. Desse modo, os móveis, os objetos do dia-a-dia e o próprio edififício passaram a ser criados com base em uma mesma tendência decorativista.

Fontes:
Livro: História da arte
Autora: Graça Proença.


Site: Wikipédia
< http://pt.wikipedia.org/wiki/P%C3%A1gina_principal> Acessado em: 3/10/2009


Site: Yahoo! Respostas
< http://br.answers.yahoo.com/> Acessado em: 3/10/2009

O Romantismo: Primeira reação a arte neoclássica

O século XIX foi agitado por fortes mudanças sociais, políticas e culturais causadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. Podemos identificar nesse período vários movimentos que produziram obras de arte segundo diferentes concepções e tendências.

Entre esses movimentos artísticos, o primeiro que iremos falar é o Romantismo, que se caracteriza por uma reação ao Neoclassicismo.

Os românticos procuraram se libertar das convenções acadêmicas em favos da livre expressão da personalidade do artista. Assim, de modo geral, podemos afirmar que a característica mais marcante do Romantismo é a valorização dos sentimos e da imaginação como princípios da criação artística.

A pintura romântica

Ao negar a estética neoclássica, a pintura romântica aproxima-se das formas barrocas. Assim, os pintores românticos, como Goya, Delacroix, Turner e Constable, recuperam o dinamismo e a sugestão de agitação que os neoclássicos haviam negado. A cor é novamente valorizada e os contrastes de claro-escuro reaparecem, produzindo efeitos dramaticidade no observador.

Goya: a luta pela liberdade
Francisco José Goya y Lucientes (1746-1828) trabalhou temas diversos: retratos de personalidades da corte espanhola e de pessoas do povo, os horrores da guerra, a ação imcompriensivel de monstros e cenas históricas.



A Família Real (1801),de Goya

Eugène Delacroix: a multidão agitada nas ruas

Aos 29 anos, Eugène Delacroix (1799-1863) viveu uma importante experiência para a sua arte. Ele visitou Marrocos como membro da comitiva do embaixador da França, com a missão de documentar os hábitos e costumes das pessoas daquela terra. A visão que Delacroix teve de Marrocos e que retratou em seu quadro é a da realidade misturada ao mistério e ao exotismo.


A agitação de Tânger (1837-1838),de Delacroix

A paisagem romântica

A pintura paisagística já havia se desenvolvido no século XVIII, mas foi no período romântico que ganhou nova força, principalmente na Inglaterra. A paisagem romântica inglesa caracteriza-se, de um lado, por seu realismo, e por outro, pela recriação das contínuas modificações das cores da natureza causadas pela luz solar. Por causa dessa segunda característica, alguns estudiosos consideram que os paisagistas ingleses do século XIX anteciparam-se em algumas décadas aos impressionistas franceses.

Turner: a agitação na paisagem natural
Joseph Mallord William Turner (1775-1851) representou os grandes movimentos da natureza, mas por meio do estudo da luz que a natureza reflete procurou descrever uma certa “atmosfera” da paisagem.


Chuva, vapor e velocidade,(1844),de Turner

John Costable: a paisagem da vida cotidiana

Ao contrário de Turner, a natureza retratada por Constable (1776-1837) é serena e profundamente ligada aos lugares onde o artista nasceu, cresceu e trabalhou ao lado do pai. Muitos elementos de suas paisagens – os moinhos de vento, as barcaças carregadas de cereais - faziam parte da vida cotidiana do artista quando jovem.


A carroça de feno (1821),de Constable.

O Realismo

Entre 1850 e 1900 surge nas artes européias, sobretudo na pintura francesa, uma nova tendência estética chamada Realismo, que se desenvolveu ao lado da crescente industrialização das sociedades. O homem europeu, que tinha aprendido a utilizar o conhecimento científico e a técnica para interpretar e dominar a natureza, convenceu-se de que precisava ser realista, inclusive em suas criações artísticas, deixando de lado as visões subjetivas e emotivas da realidade.
São características gerais:
  • o cientificismo
  • a valorização do objeto
  •  o sóbrio e o minucioso
  •  a expressão da realidade e dos aspectos descritivos
Arquitetura do movimento realista
 Os arquitetos e engenheiros procuram responder adequadamente às novas necessidades urbanas, criadas pela industrialização. As cidades não exigem mais ricos palácios e templos. Elas precisam de fábricas, estações, ferroviárias, armazéns, lojas, bibliotecas, escolas, hospitais e moradias, tanto para os operários quanto para a nova burguesia.
Em 1889, Gustavo Eiffel levanta, em Paris, a Torre Eiffel, hoje logotipo da "Cidade Luz".

Torre Eiffel, em Paris - França


A escultura do período
 Auguste Rodin - não se preocupou com a idealização da realidade. Ao contrário, procurou recriar os seres tais como eles são. Além disso, os escultores preferiam os temas contemporâneos, assumindo muitas vezes uma intenção política em suas obras. Sua característica principal é a fixação do momento significativo de um gesto humano.
Obras destacadas: Balzac, Os Burgueses de Calais, O Beijo e O Pensador.


O beijo (1889),de Rodin

A pintura do período
Características da pintura:


  •  Representação da realidade com a mesma objetividade com que um cientista estuda um fenômeno da natureza, ou seja o pintor buscava representar o mundo de maneira documental;
  • Ao artista não cabe "melhorar" artisticamente a natureza, pois a beleza está na realidade tal qual ela é;
  •  Revelação dos aspectos mais característicos e expressivos da realidade.
Temas da pintura:

  • Politização: a arte passa a ser um meio para denunciar uma ordem social que consideram injusta; a arte manifesta um protesto em favor dos oprimidos.
  • Pintura social denunciando as injustiças e as imensas desigualdades entre a miséria dos trabalhadores e a opulência da burguesia. As pessoas das classes menos favorecidas - o povo, em resumo - tornaram-se assunto freqüente da pintura realista. Os artistas incorporavam a rudeza, a fealdade, a vulgaridade dos tipos que pintavam, elevando esses tipos à categoria de heróis. Heróis que nada têm a ver com os idealizados heróis da pintura romântica.
Principais pintores:
Courbet - foi considerado o criador do realismo social na pintura, pois procurou retratar em suas telas temas da vida cotidiana, principalmente das classes populares. Manifesta sua simpatia particular pelos trabalhadores e pelos homens mais pobres da sociedade no século XIX.
Obra destacada: Moças Peneirando o Trigo.


Moças peneirando o trigo (1853-1854),de Coubert.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Neoclassicismo

O juramento dos Horácios (1784), de Jacques-Louis David.



A transição do século XVIII para o século XIX

Nas últimas décadas do século XVIII e nas primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo que expressou os valores da sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Napoleão.
Neoclassicismo é um movimento artístico que se desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes decorativas. Floresceu na França e na Inglaterra, por volta de 1750, sob a influência do arquiteto Palladio (palladianismo), e estendeu-se para o resto dos países europeus, chegando ao apogeu em 1830. Inspirado nas formas greco-romanas, renunciou às formas do barroco (que não tinha tido grande repercussão na França e na Inglaterra) revivendo os princípios estéticos da antiguidade clássica. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.



A Arquitetura Neoclássica



Porta de Brandemburgo (1789-1794), em Berlim.

Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romano ou o das edificações do Renascimento italiano.
Algumas características deste movimento artístico na arquitectura são:
  • Materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras);
  • Processos técnicos avançados;
  • Sistemas construtivos simples;
  • Esquemas mais complexos, a par das linhas ortogonais;  
  • Formas regulares, geométricas e simétricas; 
  • Volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos murais lisos;  
  • Uso de abóbada de berço (arco de volta perfeita) ou de aresta;
  • Uso de cúpulas;
  • Espaços interiores organizados segundo critérios geométricos e formais de grande racionalidade;  
  • Pórticos colunados (local coberto à entrada de um edifício, de um templo ou de um palácio com colunas);
  • Entablamentos direitos;
  • Frontões triangulares (decora normalmente o topo da fachada principal de um edifício, sendo constituído por duas partes essenciais: a cimalha (base) e as empenas (dois lados que fecham o triângulo);  
  • A decoração recorreu a elementos estruturais com formas clássicas, à pintura rural e ao relevo em estuque (massa branca, usada em variados tipos de ornatos relevados);  
  • Valorizou a intimidade e o conforto nas mansões familiares;  
  • Decoração de carácter estrutural.

Vista da fachada do Panteão Nacional (1757-1792) (antiga igreja de Santa Genoveva), em Paris.


A Escultura Neoclássica

Na escultura, o movimento buscava inspiração no passado. A estatuária grega foi o modelo favorito pela harmonia das proporções, regularidade das formas e serenidade da expressão. Apesar disso, não atingiram a amplitude nem o espírito da escultura grega.
Características gerais da Escultura Neoclassica:
  • Temas: históricos, literários, alegóricos e mitológicos. Serviram de base para a representação de figuras humanas com poses semelhantes às dos deuses gregos e romanos.  
  • Estatuária: representou figuras de corpo inteiro ou bustos e relevos pouco pessoais glorificando e fazendo publicidade a políticos ou figuras importantes das cidades (praças, casas de nobres e burgueses ou cemitérios).  
  • Relevos: têm o mesmo sentido honroso e alegórico da estatuária e revestem as frontarias de edifícios públicos ou de palácios.  
  • Formas de Representação: de inspiração clássica foram representados com toda a minúcia, os corpos eram nus ou semi-nus, formas reais, serenas e de composição simples. Rostos individualizados (das pessoas que queriam representar), mas com pouca expressividade. Seguiram os regras da escultura clássica, sem qualquer liberdade criativa.
  • Técnica: são obras perfeitamente conseguidas, onde a sua concepção se baseia em maquetas de barro ou gesso para um primeiro estudo. Acabamentos rigorosos e relevos de pouca profundidade.  
  • Materiais: mármore branco que representava a pureza, limpidez e brilho,e o bronze, mas em menor quantidade.
Entre os principais escultores do Neoclassicismo destaca-se o italiano Antonio Canova (1757-1822).

 
 Auto-retrato de Canova em 1799.

Ele retratou personagens contemporâneos como divindades mitológicas como Pauline Bonaparte Borghese como Vênus (1808); Psiché reanimada pelo beijo do amor.

 
 Pauline Bonaparte Borghese como Vênus (1808), de Antonio Canova.



 Psiché reanimada pelo beijo do amor (1787-1793), de Antonio Canova.


A Pintura do Neoclassicismo
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana. O maior representante da pintura neoclássica é Jacques-Louis David (1748-1825).  Ele nasceu em paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do império de Napoleão.



Jacques-Louis David (1748-1825)

Durante o governo de Napoleão, David registrou fatos históricos ligados à vida do imperador, entre os quais a sua coroação e a travessia dos Alpes.


  Obra que retrata a coroação de Napoleão Bonaparte (1805-1807), de Jacques-Louis David.



Bonaparte atravessando os Alpes (1801), de Jacques-Louis David.

David, exerceu grande influência na pintura de seu tempo. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, e algumas delas exprimem fortes como o quadro que retrata a morte de seu amigo Marat.



A morte de Marat (1793), de Jacques-Louis David.


Jean Auguste Dominique Ingres (1780-1867) conservava uma acentuada influência neoclássica, herdada de seus mestres, sobretudo David. Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável.

Auto-retrato de Jean Auguste Dominique Ingres com 24 anos (1804).

Ingres soube registrar a fisionomia das pessoas bem-sucedidas do seu tempo, principalmente no seu gosto pelo poder e na confiança na individualidade. Exemplo disso é o Retrato de Louis François Berlin, que nos põe diante de um vivo representante do homem bem-sucedido do século XIX. O retratado é visto com ausência de qualquer fantasia. As cores são poucas e os contornos nítidos. A pintura expressa a firmeza e a determinação do personagem que olha o observador diretamente.


Retrato de Louis Berlin (1832), de Ingres.

Por outro lado, Ingres revela um inegável apuro técnico na pintura do nu. Sua célebre tela Banhista de Valpinçon é um exemplo disso. Nessa obra fica evidente o domínio dos tons claros para a representação da pele e o domínio do desenho, uma das características mais forte de Ingres.


Banhista de Valpinçon (1808), de Ingres.