sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Neoclassicismo

O juramento dos Horácios (1784), de Jacques-Louis David.



A transição do século XVIII para o século XIX

Nas últimas décadas do século XVIII e nas primeiras do século XIX, uma nova tendência estética predominou nas criações dos artistas europeus. Trata-se do Academicismo ou Neoclassicismo que expressou os valores da sociedade européia após a Revolução Francesa e principalmente com o império de Napoleão.
Neoclassicismo é um movimento artístico que se desenvolveu especialmente na arquitetura e nas artes decorativas. Floresceu na França e na Inglaterra, por volta de 1750, sob a influência do arquiteto Palladio (palladianismo), e estendeu-se para o resto dos países europeus, chegando ao apogeu em 1830. Inspirado nas formas greco-romanas, renunciou às formas do barroco (que não tinha tido grande repercussão na França e na Inglaterra) revivendo os princípios estéticos da antiguidade clássica. A concepção de um ideal de beleza eterno e imutável não se sustenta mais. Para os neoclassicistas, os princípios da era clássica deveriam ser adaptados à realidade moderna.



A Arquitetura Neoclássica



Porta de Brandemburgo (1789-1794), em Berlim.

Tanto nas construções civis quanto nas religiosas, a arquitetura neoclássica seguiu o modelo dos templos greco-romano ou o das edificações do Renascimento italiano.
Algumas características deste movimento artístico na arquitectura são:
  • Materiais nobres (pedra, mármore, granito, madeiras);
  • Processos técnicos avançados;
  • Sistemas construtivos simples;
  • Esquemas mais complexos, a par das linhas ortogonais;  
  • Formas regulares, geométricas e simétricas; 
  • Volumes corpóreos, maciços, bem definidos por planos murais lisos;  
  • Uso de abóbada de berço (arco de volta perfeita) ou de aresta;
  • Uso de cúpulas;
  • Espaços interiores organizados segundo critérios geométricos e formais de grande racionalidade;  
  • Pórticos colunados (local coberto à entrada de um edifício, de um templo ou de um palácio com colunas);
  • Entablamentos direitos;
  • Frontões triangulares (decora normalmente o topo da fachada principal de um edifício, sendo constituído por duas partes essenciais: a cimalha (base) e as empenas (dois lados que fecham o triângulo);  
  • A decoração recorreu a elementos estruturais com formas clássicas, à pintura rural e ao relevo em estuque (massa branca, usada em variados tipos de ornatos relevados);  
  • Valorizou a intimidade e o conforto nas mansões familiares;  
  • Decoração de carácter estrutural.

Vista da fachada do Panteão Nacional (1757-1792) (antiga igreja de Santa Genoveva), em Paris.


A Escultura Neoclássica

Na escultura, o movimento buscava inspiração no passado. A estatuária grega foi o modelo favorito pela harmonia das proporções, regularidade das formas e serenidade da expressão. Apesar disso, não atingiram a amplitude nem o espírito da escultura grega.
Características gerais da Escultura Neoclassica:
  • Temas: históricos, literários, alegóricos e mitológicos. Serviram de base para a representação de figuras humanas com poses semelhantes às dos deuses gregos e romanos.  
  • Estatuária: representou figuras de corpo inteiro ou bustos e relevos pouco pessoais glorificando e fazendo publicidade a políticos ou figuras importantes das cidades (praças, casas de nobres e burgueses ou cemitérios).  
  • Relevos: têm o mesmo sentido honroso e alegórico da estatuária e revestem as frontarias de edifícios públicos ou de palácios.  
  • Formas de Representação: de inspiração clássica foram representados com toda a minúcia, os corpos eram nus ou semi-nus, formas reais, serenas e de composição simples. Rostos individualizados (das pessoas que queriam representar), mas com pouca expressividade. Seguiram os regras da escultura clássica, sem qualquer liberdade criativa.
  • Técnica: são obras perfeitamente conseguidas, onde a sua concepção se baseia em maquetas de barro ou gesso para um primeiro estudo. Acabamentos rigorosos e relevos de pouca profundidade.  
  • Materiais: mármore branco que representava a pureza, limpidez e brilho,e o bronze, mas em menor quantidade.
Entre os principais escultores do Neoclassicismo destaca-se o italiano Antonio Canova (1757-1822).

 
 Auto-retrato de Canova em 1799.

Ele retratou personagens contemporâneos como divindades mitológicas como Pauline Bonaparte Borghese como Vênus (1808); Psiché reanimada pelo beijo do amor.

 
 Pauline Bonaparte Borghese como Vênus (1808), de Antonio Canova.



 Psiché reanimada pelo beijo do amor (1787-1793), de Antonio Canova.


A Pintura do Neoclassicismo
A pintura desse período foi inspirada principalmente na escultura clássica grega e na pintura renascentista italiana. O maior representante da pintura neoclássica é Jacques-Louis David (1748-1825).  Ele nasceu em paris e foi considerado o pintor da Revolução Francesa, mais tarde, tornou-se o pintor oficial do império de Napoleão.



Jacques-Louis David (1748-1825)

Durante o governo de Napoleão, David registrou fatos históricos ligados à vida do imperador, entre os quais a sua coroação e a travessia dos Alpes.


  Obra que retrata a coroação de Napoleão Bonaparte (1805-1807), de Jacques-Louis David.



Bonaparte atravessando os Alpes (1801), de Jacques-Louis David.

David, exerceu grande influência na pintura de seu tempo. Suas obras geralmente expressam um vibrante realismo, e algumas delas exprimem fortes como o quadro que retrata a morte de seu amigo Marat.



A morte de Marat (1793), de Jacques-Louis David.


Jean Auguste Dominique Ingres (1780-1867) conservava uma acentuada influência neoclássica, herdada de seus mestres, sobretudo David. Sua obra abrange, além de composições mitológicas e literárias, nus, retratos e paisagens, mas a crítica moderna vê nos retratos e nus o seu trabalho mais admirável.

Auto-retrato de Jean Auguste Dominique Ingres com 24 anos (1804).

Ingres soube registrar a fisionomia das pessoas bem-sucedidas do seu tempo, principalmente no seu gosto pelo poder e na confiança na individualidade. Exemplo disso é o Retrato de Louis François Berlin, que nos põe diante de um vivo representante do homem bem-sucedido do século XIX. O retratado é visto com ausência de qualquer fantasia. As cores são poucas e os contornos nítidos. A pintura expressa a firmeza e a determinação do personagem que olha o observador diretamente.


Retrato de Louis Berlin (1832), de Ingres.

Por outro lado, Ingres revela um inegável apuro técnico na pintura do nu. Sua célebre tela Banhista de Valpinçon é um exemplo disso. Nessa obra fica evidente o domínio dos tons claros para a representação da pele e o domínio do desenho, uma das características mais forte de Ingres.


Banhista de Valpinçon (1808), de Ingres.

2 comentários:

  1. É fantástico como o movimento Neoclassicista possibilitou um ovo olhar sobre as arte Grego-Romana. principalmente por enfatiza a razão em vez da emoção. O blog é fantástico, visitarei mais vezes. recomendarei no meu blog. www.dialletica.blogspot.com

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  2. Muito bom, me ajudou muito na preparação dos slides para aula da segunda série do ensino médio.Doraartes-Gama DF

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